Cansei de filmes de terror medíocres e água com açúcar - infelizmente, o que mais tem pra assistir hoje em dia. Por isso foi tão recompensador encontrar essa pérola em meio a tanto lixo.
The Loved Ones, filme australiano de baixo orçamento lançado originalmente em 2009, é o que, no mínimo, todo filme de terror deveria ser: assustador! E, garanto, vai demorar para tirá-lo da sua mente.
Logo no início, nos deparamos com um acidente de carro envolvendo o protagonista Brent (Xavier Samuels) e seu pai. Seis meses se passam. Voltamos a encontrar Brent, agora um adolescente traumatizado, com um enorme sentimento de culpa, pois era ele quem dirigia o veículo no fatídico evento que ceifou a vida do próprio pai. Como forma de autopunicão ele resolve usar por debaixo da camiseta uma lâmina pendurada no pescoço que vai cortando-o lentamente. Ironicamente, é essa mesma lâmina que o salvará numa situação futura.
Apesar de possuir namorada, uma colega o convida para o baile do colégio que aconteceria naquela noite. Ele declina o convite, educadamente. Mas a tal garota, Lola (Robin McLeavy), não é do tipo que aceita facilmente uma rejeição; não conseguir o que quer não é uma alternativa. Para sua sorte, Lola possui um pai (John Brumpton) tão perturbado quanto ela e que faz todas as suas vontades, como sequestrar Brent. O que se segue são cenas de pura agonia e sadismo, onde fica evidente a forte influência de O Massacre da Serra Elétrica.
Interessante notar como em boa parte do filme a narrativa se divide para acompanhar três núcleos de personagens diferentes e, consequentemente, se divide em três gêneros (comédia, drama e terror), mas tudo é tão bem conduzido (ponto para o roteiro!) que o resultado é positivo e acaba tornando a experiência ainda mais dinâmica e envolvente.
Parabéns ao diretor e roteirista Sean Byrne, que soube extrair e captar atuações tão convincentes de todo o elenco e orquestrar diversas reviravoltas na construção da história. Egresso de curtas e documentários, The Loved Ones foi seu primeiro longa-metragem. Aguardo anciosamente seu próximo trabalho. Que venha outro clássico contemporâneo!
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