O primeiro texto não foi lá muito opinativo, é verdade, foi mais uma apresentação. Afinal, estávamos falando sobre um piloto (e eu não gosto de julgar o livro pela capa). Quantas séries tiveram um piloto horrível ou medíocre e depois caíram no gosto do público (e melhoraram consideravelmente a qualidade)? Isso mesmo, muitas. Geralmente, o piloto é produzido bem antes da série ganhar um sinal verde - alguns ajustes são feitos posteriormente, uma equipe de roteiristas é contratada, o orçamento é discutido... Há casos em que uma temporada completa é encomendada sem a aprovação do primeiro episódio - não foi o que aconteceu com Sleepy Hollow. Por isso decidi esperar pelos episódios seguintes para dar o veredicto final - que foi positivo.
Durante todo o episódio piloto eu pensava que as coisas poderiam ter sido diferentes - melhores! -, não no quesito efeitos visuais, mas no roteiro. Informações demais (e desorganizadas) em poucos minutos. O quarteto de criadores jogava em nossas caras - e na dos executivos da FOX - que eles tinham, sim, muita história para contar...
Imaginei um começo distinto, menos apressado: por volta do ano 2000, duas garotas (Abbie e sua irmã, Jenny) voltando do colégio para casa, [após um pouco de diálogo animado, para simpatizarmos com as duas] se deparam com quatro árvores brancas que surgiram do nada. Elas escutam uma voz sinistra e avistam uma criatura se levantando entre as árvores. Em seguida, desmaiam sem explicação. Pula para 2013. O episódio seria todo focado em Abbie (interpretada por uma atriz bem melhor que a Nicole Beharie), uma mulher independente e policial linha dura, parceira do xerife da cidadezinha de Sleepy Hollow, que serve como seu amigo e mentor (a relação dos dois seria melhor desenvolvida). Eles investigam o misterioso assassinato do padre - que teve a cabeça cortada e o ferimento cauterizado. Mais tarde, atendem um chamado numa fazenda e lá se deparam com o Cavaleiro Sem Cabeça, o xerife morre... A partir daí, os eventos ocorreriam de forma similar, terminando na parte da caverna, em que se descobre que o Cavaleiro é um dos Cavaleiros do Apocalipse. Ficaria aquela dúvida (para os personagens e para o público) se Ichabod (também outro ator, por favor) é louco, se tem algum envolvimento com o Cavaleiro... O episódio seguinte mostraria em sua primeira cena a morte do padre. Depois, esclarecendo a situação do protagonista, acompanharíamos os acontecimentos do ponto de vista de Ichabod - a batalha, o feitiço de Katrina, seu renascimento e a quase internação numa instituição mental. A seguir não mudaria muita coisa. Na minha cabeça, gosto de pensar que foi assim que aconteceu. Ah, quase me esqueço, detesto flashbacks com imagem esfumaçada/distorcida - outra coisa que aboliria.
Feito o desabafo, confesso que apesar das duras críticas a série foi uma das novatas que mantive em minha watchlist. Não é uma obra-prima, mas, ao menos, me diverte bastante. Vale lembrar que após um breve hiato Sleepy Hollow retorna em 13 de janeiro e encerra sua temporada na semana posterior, com um episódio duplo.